sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mund’água


Foto (AMAZÔNAS) de GUILLERMO GODOY, ao dizer que segue.


("Mun'dágua": presente do indicativo
do verbo "mund'aguar", que, 
sob inspiração "manoeldebarrista", 
suspira que é remundar liquefazendo.)
 
ouro do crepúsculo,
o dorso d'água agiganta
o remador minúsculo
no resvalo inerte,
feito sopro de preguiça
de uma brisa que cochila
e que se lembra, vez por outra,
da andança pelo mundo.


feito choro penitente
o olho jorra, permanente,
o fio nascente
que mund'água
e abriga o verso do silêncio,
que conjuga o rir minúsculo
no cantar que diz: "eu rio!"
e voeja mund'aguando
em reboliço no ouro d'água
 

(Sob Manoel de Barros, 
Para Washington Favacho,
ido nas águas, há tempos.)
Menino, 
que o rio seja o céu beijando a terra. 
Paz e descanso... 


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