quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Poesia de Botequim



Cuidado aê!!!
     Que ouvir de menos esburaca a língua!
          Falsidade empena o espírito!
Arrogância gera flatulência no brilho do olho
                                  e 
autocomiseração dá hemorroida no âmago!

                    Sem esquecer de lembrar que 
                        Tiro no pé dói mais 
                              que pedra na vesícula do beijo!!!
                                   e que
                         Desonestidade mata
que nem peçonha no sangue da vontade de rir.

foi o que disseram no Arrebol do Silêncio,
dia desses...
--- xx ---
credita não?
azá...


(Sob Manoel de Barros)



(ilustração: O Próprio!)

Tartufos - II (tende piedade! mas, nem tanto...)


Raiva do dia
(no divã)

Ostentando sob os holofotes uma bandeira adversa à sua atitude íntima e real, e ainda assim dormindo tranquila!?... 

Bom; 
              o problema é de caráter!... 

(de falta disso, na verdade)

contudo,
se há paz;
dá-me a receita do calmante!



---
escrito na intenção do sorriso de uma serpente,
no Bar e Restaurante Sindicato,
após uma grata e exaustiva noite musical
 {o que o tempo não repara
costuma cobrar (e caro!)}
(2001)

Figura: "Le Tartuffe" (ilustração do século XIX)


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Filosofia de botequim


de Ovo virado


Garrafóscopo do dia
– "HUMANOS" –
ou
porque os ateus estão errados


A despeito da descrença dos ateus, o ser humano é uma criatura condenada...
Sendo a única espécie dotada de raciocínio, tinha que ser a humana igualmente a única que, a pretexto de evolução, desdiz, afronta e depõe contra a própria humanidade. Pois, sendo dotado de carnalidade e naturalmente instintivo e sensorial, o humano é um ser renitente em amaldiçoar à própria carne e em condenar os próprios instintos.
É sagaz e vaidoso na disfunção dos próprios sentidos aos quais arvora-se a tolher impondo, por exemplo, limites ao paladar e à visão (de tudo) e atrofiando à própria audição (ao falar absurdamente mais que o necessário). Já com o nariz, teima em repetidamente fuçar o que não é da conta.
Provavelmente destinado a aprimorar o mundo em que surgiu, (escavando um fosso sobre os próprios pés) essa espécie prefere dominá-lo, subjugá-lo, trucidá-lo e condená-lo a um ingrato e irreversível processo de extinção.
O ser humano é ainda primaz em perseguir, maltratar e aniquilar criaturas entre todas as especies - e isso incluindo a sua! - Mas, não obstante, ama, protege e preserva as mesmas - à exceção da sua.
Cumulativamente, a espécie é brindada com as descobertas das mais elevadas verdades, às quais sempre negligencia reduzindo à pífios e rasos verdadismos, tomados pela espécie como leis irrefutáveis.
Reverencia tanto e de tal modo as divindades que escolhe para si, que termina por coloca-las no mais longínquo e intangível universo jamais concebido; mal conseguindo vê-las, ouvi-las, senti-las ou tê-las consigo e, por fim, alegando inspiração divina, sacraliza os próprios caprichos de maneira tão afetada que sevicia, corrompe e engessa as religiões que descobre.
Dentre todas as espécies é única agraciada com a benesse da capacidade de expressão dos mais profundos sentimentos e, ainda assim, dissimula, trapaceia, esculacha, blasfema, humilha, depreda, desperdiça, finge, mente, rouba, mata, suicida-se, boicota-se, arroga-se, subutiliza-se, perde tempo e se sacaneia desmensuradamente!!!... 
Não copula quando tem vontade, chora e sorri sem emoção, acumula o desnecessário, deita-se quando está sem sono, jejua quando sente fome e acorda ainda sonolento.
Sobremaneira - e finalmente! -, haveria como uma criatura dessas não estar condenada!?
Convertei-vos, pois, ateus!!!... vós também estais perdidos!
Ademais, contra escrachos não há sacramentos.
E é só!
---














POSITIVIDADE, PRACIMISMOS, ENERGIA e
BLÁ, BLÁ, BLÁ!!!
Té até a próxima leitura garrafológica!

sob o mantra brrrrrp!:

“Bóbebê!” 
pra todos!...

{Todo respeito às crenças, filosofias e movimentos alheios;
mesmo aos que não respeitam, consideram ou enxergam 
nada além dos próprios umbigos sagrados e superiores.}

Em tempo 
Ilustração: "Satan watching the endearments of Adm and Eve" - William Blake (1808)